Fazia tempo que eu não ia ao cinema sozinha, muito tempo mesmo. Nunca entendi porque as pessoas precisam ir ao cinema acompanhadas. Eu adoro estar comigo mesma e com a história que se passa na tela, curto o filme do mesmo jeito. Ontem à noite fui ver Paris, je t’aime sozinha.

O filme é um patchwork de curta-metragens, histórias de amor, que se passam em Paris. Cada curta é dirigido por uma pessoa diferente. O Brasil está representado por Walter Salles e Daniela Thomas. Eu gostei muito da história deles, com elementos bem familiares a nós, brasileiros. Mas, cheia de ciúmes, declaro que, ao invés de Catalina Sandino Moreno, eles poderiam ter usado uma atriz brasileira. Uma das histórias mais bonitas foi com Nathalie Portman, eu adoro essa garota. Adorei Closer por causa dela. Maggie Gyllenhaal deu um show de bola falando francês muito desembaraçadamente. Juliette Binoche estava ótima, como sempre, numa história muito, muito triste. Enquanto alguns diretores escolheram filmar o amor entre pais e filhos, outros escolheram filmar pessoas se encontrando, se apaixonando, e outros ainda escolheram falar do o fim do amor. Nessa ultima categoria, a minha história favorita foi “Quartier Latin”, com Gena Rowlands. Absolutamente fantástica no papel de uma mulher recém separada do marido, ela parece estar à beira das lagrimas durante todo o tempo em que conversa com ele e desfia suas mágoas. Algumas outras partes eu não gostei, mas não estou com vontade de falar delas.

A personagem principal do filme estava linda, como sempre. Ora sombria, ora doce e romântica, Paris saiu muito bem na fita. O ‘backdrop’ perfeito para histórias de amores e de dores.

No fim do filme, acabei encontrando uma amiga. Fomos ao café do cinema pra tomar um vinho e jogar conversa fora, ouvindo um bom jazz ao vivo. Voltei pra casa romântica, embalada por Madeleine Peyroux cantando um amor acabado em Careless Love, e feliz de não ter que chorar e sofrer por amor. Nem a minha alma naturalmente nostálgica consegue sentir saudades de sofrer por amor.